domingo, 14 de julho de 2019

"A NOÇÃO DE VONTADE PARA TOMÁS DE AQUINO"

O Professor Drº. Paulo Ricardo Martines irá compor a mesa temática Representações da Paidéia Medieval sob a lente da Filosofia, sua apresentação tem o título "A NOÇÃO DE VONTADE PARA TOMÁS DE AQUINO" e acontecerá no dia 21/08/2019.
O objetivo desta comunicação é investigar a noção de vontade como apetite racional para Tomás de Aquino. A dificuldade desse tema não diz respeito à existência da vontade, ainda que alguns filósofos contemporâneos neguem a vontade ou aquilo que se entende por volições, mas a de conceber uma vontade como racional. É possível imaginar que as escolhas guiadas pela razão sejam sempre racionais? Ou, então, por que pensar que aquilo que queremos seja orientado pela razão? Muitas de nossas ações são motivadas pelos nossos desejos ou paixões, não havendo um controle ou qualquer impedimento por parte da razão.
Não é difícil encontrar resistências essa concepção de apetite racional. Na Idade Média Duns Scotus recusou-se a pensar a vontade em termos de apetite racional e, apoiado em Anselmo de Cantuária, descreveu uma dupla inclinação no interior da vontade, para aquilo que é reconhecido como vantagem para nós (affectio commodi) e uma inclinação para a justiça, para o bem em si mesmo (affectio iustitiae). Essa segunda concepção retém a ideia da capacidade de fazermos o bem independente do nosso próprio interesse; que para o teólogo Escoto reside na capacidade de amar a Deus por Ele próprio. No mundo moderno Hobbes foi contundente ao dizer: “a definição de vontade vulgarmente dada pelas escolas, como apetite racional, não é aceitável. Porque se assim fosse não poderia haver atos voluntários contra a razão” (Leviatã, I,6).
A solução de Tomás de Aquino à questão da vontade passa pelo entendimento da noção de apetite, que nada mais é do que a inclinação própria de um ente, isto é, a tendência para o seu bem ou fim.
Palavras-chave: vontade; razão, moralidade, ação.

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