quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Minicurso e ensalamento das comunicações e pôsteres

Olá pessoal, boa tarde!
No dia 21/08, na XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais, o Profº. Drº. Mário Jorge da Motta Bastos (UFF) ministrará o minicurso intitulado Epistemologia e Teoria da História, das 16:00 as 17:30 h, no anfiteatro do Bloco I12 da UEM - para fazer inscrição no minicurso, acessem o site do evento https://gtseam.wixsite.com/xviiijeam
O ensalamento das comunicações e pôsteres, que acontecerão no dia 22/08, das 15:30 às 17:30 h, também está disponível no site do evento.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

“Chamava muy devotamente com vozes”: as narrativas de milagres de Santo Antônio.


O Drº. Bruno Soares Miranda, do Grupo de Estudos Medievais Portugueses, da Universidade de São Paulo, irá compor a mesa temática Ensino e Literatura da Idade Média, na XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais, no dia 21/08. Sua apresentação tem o título: “Chamava muy devotamente com vozes”: as narrativas de milagres de Santo Antônio.

Resumo: Na Crônica da Ordem dos Frades Menores encontramos diversos relatos de vida e de milagres de alguns membros da Ordem Franciscana. Nestes relatos, um personagem se destaca: Santo Antônio de Pádua/ Lisboa. Com narrativas de milagres de tipologias diversas, algumas ocorridas ainda com o santo vivo, possuem a Itália como principal local de ocorrência, porém, encontramos alguns milagres ocorridos em Portugal, terra natal do doutor evangélico. A descrição dos milagres mostram fatos do cotidiano medieval, com personagens de diversos estratos sociais e profissões e que revelam facetas múltiplas da população medieval, como problemas de saúde, angústias, medos, dificuldades e desejos, além de aspectos da espiritualidade. O objetivo desta comunicação é analisar estes relatos de milagres, como eles moldaram a imagem de Santo Antônio e como serviram de elementos de difusão da devoção ao santo franciscano em terras portuguesas assim como forma de propaganda política e catequética da Ordem fundada por São Francisco de Assis.

Palavras-chave: milagres; narrativas; Santo Antonio.

http://lattes.cnpq.br/3147675739841340
A Profª. Drª. Angelita Marques Visalli da Universidade Estadual de Londrina, irá compor a mesa temática Educação e História na Idade Média, no dia 21/08.
http://lattes.cnpq.br/2542700073713344

"QUINTILIANO E PLÍNIO, O JOVEM: A PRESENÇA DA EDUCAÇÃO FILOSÓFICA E RETÓRICA NAS CARTAS"

A Profª. Drª. Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi, da Universidade Estadual Paulista, irá compor a mesa temática Representações da Paideia Greco Romana na História da Educação, na XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais, no dia 22/08. Sua apresentação tem o título: "QUINTILIANO E PLÍNIO, O JOVEM: A PRESENÇA DA EDUCAÇÃO FILOSÓFICA E RETÓRICA NAS CARTAS"

Resumo: Esta apresentação tem como objetivo analisar a obra de Plínio, o Jovem, no intuito de identificar o processo educacional de que foi objeto. Nas cartas II.14 e VI.6, Plínio faz referência direta ao seu preceptor, Quintiliano, e seis ensinamentos da arte da retórica e como conquistar o seu público. Também é possível identificar os fundamentos sobre retórica presentes nas Cartas de Plínio, o Jovem quando de suas missivas encaminhadas a Tácito e outros interlocutores. Desta forma, pretende-se abordar algumas destas premissas teóricas e filosóficas como princípio de análise das Cartas do senador romano.

http://lattes.cnpq.br/3373456558089112

"A REPRESENTAÇÃO DO MEDO NA BAIXA IDADE MÉDIA: UM ESTUDO DO INFERNO DE HIERONYMUS BOSCH"

A Profª. Drª. Meire Lóde da Universidade Estadual do Paraná irá proferir a palestra intitulada "A REPRESENTAÇÃO DO MEDO NA BAIXA IDADE MÉDIA: UM ESTUDO DO INFERNO DE HIERONYMUS BOSCH" no dia 21/08.

Resumo: O objetivo nesse texto é analisar a cena do inferno presente no Juízo Final do holandês Hieronymus Bosch (1450-1516), pintor que ficou conhecido como um grande criador de monstros. Nosso propósito é verificar como as figuras que aterrorizavam os medievais foram representadas na arte da Baixa Idade Média. A opção pelas fontes imagéticas justifica-se por considerarmos que as imagens – em especial, as consideradas na contemporaneidade como arte – registraram a subjetividade humana presente nas mudanças históricas expressando diferentes olhares sobre o mundo, os homens e o viver em sociedade. A investigação se desenvolve por meio do pressuposto de que as imagens dos castigos eternos atuaram (atuam) no imaginário de forma com que os homens se identificassem com os condenados, tornando as pinturas do inferno um conteúdo didático regulador do comportamento humano na Idade Média. Questão que se intensifica com a representação dos responsáveis pelo cumprimento da sentença de Cristo aos condenados: os demônios que proporcionam a danação eternam as almas pecadoras. Assim, refletir sobre como os homens conceberam o inferno, os seres infernais e os castigos aplicados aos que se desviaram do ‘reto caminho’ torna-se um importante conhecimento para a História da Educação por nos permitir verificar como o medo assume a posição de elemento educativo e, por conseguinte, normatizador social.

Palavras-chaves: medo; Baixa Idade Média; inferno; Bosch.

http://lattes.cnpq.br/7589708901294641

domingo, 14 de julho de 2019

"FILOSOFIA E EDUCAÇÃO NO FINAL DO SÉCULO XIII E INÍCIO DO SÉCULO XIV: BOAVENTURA DE BAGNOREGIO E RAIMUNDO LÚLIO"

A Profª. Drª. Conceição Solange Bution Perin, da Universidade Estadual do Paraná, irá compor a mesa temática: Educação, Filosofia e História na Idade Média, no dia 20/08/2019. Sua apresentação tem o título: "FILOSOFIA E EDUCAÇÃO NO FINAL DO SÉCULO XIII E INÍCIO DO SÉCULO XIV: BOAVENTURA DE BAGNOREGIO E RAIMUNDO LÚLIO".
RESUMO:O estudo analisa a educação e a filosofia na Idade Média, especificamente no final do século XIII e início do século XIV. O objetivo é o de compreender o papel que essas duas ciências tiveram em um período de transição, no qual o homem sofreu alterações intelectual e educacional para manter e suprir as exigências da época. Abordaremos alguns questionamentos e ensinamentos apresentados por dois autores do período e que apresentaram projetos de reorganização da sociedade por meio do comportamento educacional e do conhecimento filosófico: são eles Boaventura de Bagnoregio (1217-1274) e Raimundo Lúlio (1232-1316). A fundamentação teórica perpassa pela história pelo conceito de longa duração. Compreendemos que a formação humana não se explica por um determinado momento histórico, mas sim, pelo entendimento do passado e do presente, revelando que as questões educacionais e reflexivas se diferenciam em cada contexto, porém, são essenciais em todos os momentos históricos.
Palavras-chave: Filosofia, Educação, Idade Média, Boaventura de Bagnoregio, Raimundo Lúlio.

"A ESTUDIOSIDADE E O FIM ÚLTIMO DO SER HUMANO EM HUGO DE SÃO VÍTOR E SANTO TOMÁS DE AQUINO"

O Profº. Drº. Sérgio Ricardo Strefling, da Universidade Federal de Pelotas, irá compor a mesa temática: Representações da Paidéia Medieval sob a lente da Filosofia, no dia 22/08/2019, na XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais. Sua apresentação tem o título: "A ESTUDIOSIDADE E O FIM ÚLTIMO DO SER HUMANO EM HUGO DE SÃO VÍTOR E SANTO TOMÁS DE AQUINO".
Resumo: A paidéia medieval retoma o pensamento grego e com a mensagem cristã (encarnação, redenção e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo) constrói o mais elevado pilar da educação que conduz à Sabedoria. A partir das artes liberais do trivium (gramática, retórica e dialética) e do quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e música) tem-se o método que prepara a civilização ocidental. Neste estudo apresentaremos alguns tópicos da Didascalicon, de Hugo de São Vítor (1096-1141) e da Suma Teológica, de Santo Tomás de Aquino (1225-1274). Hugo de São Vítor, dentre sua volumosa obra, escreve Didascalicon de studi legendi, onde trata sobre a arte e o método de estudar. A virtude da estudiosidade exige humildade necessária para quem deseja aprender, exercício da memória, disciplina de vida e preocupação em ensinar o que se aprendeu. “Existem principalmente duas coisas por meio das quais alguém é conduzido ao conhecimento, a saber, a leitura e a meditação, das quais a leitura vem em primeiro lugar” (Didascalicon, prefácio). Hugo não visava formar pessoas para desempenharem determinadas funções e garantir determinada profissão, mas para atingirem o último grau da Sabedoria, a contemplação, com a qual, segundo ele mesmo: ”tem-se um antegosto nesta vida do que será a recompensa futura das boas obras...a máxima consolação da vida, quem a possui é bem-aventurado” (Didascalicon I,1). O professor de São Vítor visava uma formação integral que proporcionasse uma união cada vez mais profunda com o próprio Deus, fim último do homem. Ora, isso só é possível com a virtude da sabedoria que conduz à vida contemplativa que é a atividade mais essencial ao homem e, portanto, a única que lhe garante a perfeita felicidade, conforme já anunciara Aristóteles (Ética à Nicômaco, X). Hugo lembra-nos que três coisas são necessárias ao estudante: a capacidade natural, o exercício e a disciplina. O aprendizado começa a partir das coisas que são mais conhecidas, e através do conhecimento delas é que se alcançará o conhecimento daquilo que estava oculto. A leitura deve incluir a meditação, a memória, a disciplina e a humildade (Didascalicon III, 9-13). O filósofo conhece somente o significado da palavra, mas o significado das coisas é muito mais superior do que o das palavras, pois o significado destas foi instituído pelo uso, enquanto o daquelas foi fornecido pela natureza. O significado das palavras é a voz do homem, o das coisas é a voz de Deus aos homens. As palavras depois de pronunciadas perecem; as coisas, depois de criadas, subsistem. A voz frágil é a expressão dos sentidos; a coisa é a imagem da razão divina. Deve-se saber que, em qualquer atividade, duas coisas são necessárias, a saber, o trabalho e a razão deste trabalho, que de tal modo estão conectados entre si que um sem o outro se torna inútil ou menos eficaz. A prudência é melhor do que a força, pois quando não podemos mover um grande peso pela força, o conseguimos pela arte. Quem trabalha sem critério evidentemente trabalha, mas não progride e, como que açoitando o ar, dispersa suas forças ao vento. Há três coisas principais que costumam se opor aos estudos dos leitores: a negligência, a imprudência e a má sorte. Quanto ao primeiro destes três obstáculos ao aprendizado, isto é, a negligência, o leitor deve ser repreendido, quanto ao segundo, isto é a imprudência, deve ser instruído, e quanto ao terceiro, isto é, a má sorte, deve ser amparado (Didascalicon V, 5). O fruto da leitura divina é constituído de duas metades, pois ele tanto instrui a mente pela ciência quanto a torna bela pela moral; ensina aquilo que apraz saber e aquilo que convém imitar. Hugo ensina: “Desejai as alegrias da pátria celeste e procurai por quais méritos de justiça se chega a elas. Desejai chegar em algum lugar? Aprendei de que modo se chega ao que procurais” (Didascalicon III). Adquire-se o conhecimento de duas maneiras, a saber, pelo exemplo e pela doutrina. Convém, entretanto que aquele que tiver ingressado nesta via aprenda a se entusiasmar não só pelo brilho da eloquência, mas também pela emulação das virtudes, para que a pompa e o estilo das palavras não o agradem mais que a beleza da verdade. Para o filósofo cristão, a leitura deve ser uma exortação, não uma ocupação, e deve constituir os bons desejos, e não negá-los (Didascalicon V, 6). O método de estudo proposto por Hugo de São Vitor será desenvolvido na escolástica do século XIII, tendo seu ápice nos escritos de Santo Tomás de Aquino e tantos outros autores.
Santo Tomás de Aquino, dentre a sua volumosa obra, destaca-se a Suma Teológica, onde encontramos o roteiro ou itinerário daquilo que é necessário o homem crer, o que deve fazer e os meios para conseguir tal empreendimento. O homem deve crer no que Deus revelou (as verdades da fé), fazer o que Deus mandou (os 10 mandamentos) e auxiliar-se dos meios eficazes da graça (os sete sacramentos). Ao falar sobre o homem e seu agir, Santo Tomás, pergunta sobre o fim último de cada homem e todos os homens. Existe um fim último? Propõe-se o homem, com seus atos, alcançar algum fim último e supremo? Santo Tomás responde que sim, pois se o homem não quisesse e não intentasse o seu fim último, nada poderia nem intentar nem querer, por isso ordena todas as suas ações para a consecução do fim último ou de modo consciente e explícito, ou implicitamente em virtude de certa espécie de instinto racional. Este objeto tão desejado pelo homem é a sua própria felicidade. Acontece que estando em suas mãos escolher entre muitos bens, pode confundir os verdadeiros com os aparentes. Mas em que consiste objetivamente a felicidade do homem? Num bem superior a ele, e o único capaz de acumulá-lo de perfeições (Suma Teológica I-II, 2, 1-8). Este bem não consiste nas riquezas porque as riquezas são coisa inferior ao homem, e incapazes, por si mesmas, de aperfeiçoá-lo. Não consiste nas honras, porque as honras não dão perfeição, já a supõem, sob pena de serem postiças, e se são postiças nada são. Este fim também não consiste na glória e na fama, por serem, neste mundo, coisas frágeis e volúveis. Da mesma forma, não consiste no poder, porque o poder não se dá para o bem próprio, senão para o dos outros e está a mercê do capricho e do espírito de insubordinação. Tão pouco na saúde e na beleza corporal porque são bens inconsistentes e passageiros e, além de tudo, só dão perfeição ao exterior e não ao interior do homem. Tão pouco nos prazeres dos sentidos, porque são grosseiros demais, comparados com os gozos delicados da alma. Logo, o objeto da felicidade consiste nalgum bem que traz perfeição diretamente ao espírito, e este bem só pode ser Deus, Sumo Bem, Soberano e Infinito. Portanto, aqui Tomás nos encaminha para a necessidade da prática das virtudes. Entre elas, destaca-se, a sabedoria. Para atingir a sabedoria exigem-se outras virtudes, a saber, a estudiosidade. À virtude da estudiosidade opõe-se o vício da curiosidade ou dispersão. O studium é um labor, um esforço, sem o qual não se chega ao verdadeiro conhecimento do objeto. Aí se encontra o gaudium, a alegria e o repouso. O estudo implica, principalmente, a aplicação da mente a alguma coisa. Ora, a mente não se aplica a alguma coisa a não ser conhecendo-a. Por isso, primeiro o espírito se aplica a conhecer, depois, àquilo a que é levado pelo conhecimento. Assim, o estudo busca, primeiramente, o conhecimento; e, secundariamente, tudo o mais que, para ser executado, precisa ser dirigido pelo conhecimento (Suma Teológica II-II, 166, 1). As virtudes, porém, têm como objeto próprio a matéria que lhes concerne de forma primordial e principal. A fortaleza, por exemplo, tem como sua matéria os perigos mortais, e a temperança, os prazeres do tato. Portanto, a estudiosidade refere-se propriamente ao conhecimento. Conforme afirmou Aristóteles “todos os homens, naturalmente, desejam saber”. Ora, a moderação desse desejo é própria da estudiosidade. Por conseguinte, a estudiosidade é parte potencial da temperança, como virtude secundária, anexa à principal. Santo Tomás lembra que a prudência é uma virtude que complementa todas as virtudes morais. Por isso, na medida em que todas as virtudes devem ter o conhecimento da prudência, nessa mesma medida a estudiosidade, que se ocupa, propriamente, com o conhecimento, se aplica a todas as virtudes (Suma Teológica, II-II parte, 166,2). O desejo e o esforço no conhecimento da verdade, pode ser reto ou perverso. É perverso, quando alguém que tendendo aplicadamente ao conhecimento da verdade, junta a isso algum elemento mau, como seria aplicar-se ao conhecimento da verdade, para tirar daí motivo de orgulho. Também é perverso, quando o homem deseja conhecer as criaturas, sem se reportar ao fim devido, ou seja, ao conhecimento de Deus. Aqui, Santo Tomás, lembra Santo Agostinho que diz: “ao refletir sobre as criaturas, não devemos praticar uma vã e perecível curiosidade, mas utilizá-las como degraus para o que é imortal e permanente (Suma Teológica, II-II, 167, 1). Deve-se imbricar a curiosidade à estudiosidade para entender o debate permanente sobre a autonomia da pesquisa e sua relação com o fim último. A dispersão e a má compreensão do que seja a estudiosidade leva-nos aos abusos históricos, onde se pode confundir o conhecimento da realidade com meras informações e construções ideológicas. 
Palavras-chave: Hugo de São Vítor, Santo Tomás de Aquino, estudiosidade, fim último.
http://lattes.cnpq.br/5956718110743667


"O CONCEITO DE INTELECTO E A FORMAÇÃO DO MESTRE NAS QUESTÕES DISPUTADAS SOBRE A ALMA, DE TOMÁS DE AQUINO"

O Professor Drº. Rafael Henrique Santin, do Instituto Federal do Paraná, irá compor a mesa temática: Representações da Paidéia Medieval sob a lente da filosofia, no dia 22/08/2019, na XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais. Sua apresentação tem o título "O CONCEITO DE INTELECTO E A FORMAÇÃO DO MESTRE NAS QUESTÕES DISPUTADAS SOBRE A ALMA, DE TOMÁS DE AQUINO".
Resumo: Este trabalho tem por objetivo refletir sobre a concepção tomasiana de intelecto e seus desdobramentos para a formação do mestre. A fonte para o desenvolvimento desse estudo são as Questões disputadas sobre a alma, um conjunto de lições desenvolvidas por Tomás de Aquino, provavelmente, durante sua regência em Santa Sabina, entre 1266 e 1267. O problema fundamental que guia as nossas análises é a perspectiva tomasiana para a formação do mestre, bem como as contribuições de Tomás de Aquino para pensarmos a formação docente na atualidade. A lição mais importante que podemos aprender com o mestre de Aquino é que a sabedoria é condição para se tornar um ‘mestre integral’. Diante disso, cabe a seguinte pergunta: em que consiste a sabedoria magistral, do ponto de vista de Tomás de Aquino? Parte dessa ‘sabedoria magistral’ consiste em investigar sistematicamente a alma humana, particularmente o intelecto. O intelecto figura como um dos principais temas nas obras tomasianas, pois o autor parte do princípio de que o aspecto mais importante da natureza humana é o intelecto, de modo que toda a reflexão sobre a ação e a formação do homem passa necessariamente pela questão do intelecto. Outro ponto relevante é a participação de Tomás de Aquino numa das principais controvérsias de sua época: o confronto de ideias contra os averroístas, defensores da teoria do monopsiquismo. Tomás de Aquino questionava essa teoria, argumentando que a alma humana é formada por um intelecto total, ou seja, um intelecto individual constituído de uma potência ativa (intelecto agente) e uma potência passiva (intelecto possível). Essas disputas e as posições assumidas pelo teólogo dominicano contêm lições importantes sobre os aspectos essenciais da formação docente que, eventualmente, são esquecidos ou negligenciados, como a necessidade de o professor, além de conhecer o que ensina e os melhores meios para ensinar, manter-se aberto ao conhecimento e à investigação científica e filosófica, isto é, investir na sabedoria como condição essencial do ‘ser’ professor.
Palavras-chave: Filosofia da Educação Medieval; Formação docente; Tomás de Aquino; Questões Disputadas Sobre a Alma.

http://lattes.cnpq.br/6832826542406017



"A INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA, DA SOFISTICA E DA TRAGÉDIA GREGA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO GREGO: UMA PAIDEIA NECESSÁRIA"



O Professor Drº. Paulo Rogério de Souza, da Universidade Estadual de Maringá, irá compor a mesa temática: Representação da Paidéia na Antiguidade à luz da Educação, no dia 20/08/2019, na XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais. Sua apresentação tem o título "A INFLUÊNCIA DA FILOSOFIA, DA SOFÍSTICA E DA TRAGÉDIA GREGA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO GREGO: UMA PAIDÉIA NECESSÁRIA".



Resumo: Este trabalho tem como temática a influência da filosofia, da sofística e da tragédia, como partes de uma “Paideia necessária” para a formação do cidadão da polis grega do século V a.c. O objetivo é mostrar as práticas filosóficas e sofísticas como práticas formativas do homem ateniense, mas destacando a importância educativa da tragédia. O destaque que é dado à tragédia grega neste trabalho se justifica pela expressividade educativa atribuída ao gênero trágico na cidade-estado de Atenas no período clássico. Isso porque, ainda que uma forma de educação institucionalizada ou formalizada como a educação sofística e filosófica fosse buscada neste momento histórico, foi a literatura, com estaque para a tragédia grega, uma continuadora no processo educativo do cidadão ateniense. Mesmo sendo uma exigência social da polis democrática, a educação não estava acessível a qualquer cidadão: a sofística por seus custos e a filosófica pelo ócio que nem todo ateniense dispunha. Assim, o teatro, principalmente com a tragédia grega, assumiu um papel essencial para a formação do cidadão.

Palavras-chave: Tragédia grega; Filosofia; Sofística; Educação

http://lattes.cnpq.br/5127520919450174



"A NOÇÃO DE VONTADE PARA TOMÁS DE AQUINO"

O Professor Drº. Paulo Ricardo Martines irá compor a mesa temática Representações da Paidéia Medieval sob a lente da Filosofia, sua apresentação tem o título "A NOÇÃO DE VONTADE PARA TOMÁS DE AQUINO" e acontecerá no dia 21/08/2019.
O objetivo desta comunicação é investigar a noção de vontade como apetite racional para Tomás de Aquino. A dificuldade desse tema não diz respeito à existência da vontade, ainda que alguns filósofos contemporâneos neguem a vontade ou aquilo que se entende por volições, mas a de conceber uma vontade como racional. É possível imaginar que as escolhas guiadas pela razão sejam sempre racionais? Ou, então, por que pensar que aquilo que queremos seja orientado pela razão? Muitas de nossas ações são motivadas pelos nossos desejos ou paixões, não havendo um controle ou qualquer impedimento por parte da razão.
Não é difícil encontrar resistências essa concepção de apetite racional. Na Idade Média Duns Scotus recusou-se a pensar a vontade em termos de apetite racional e, apoiado em Anselmo de Cantuária, descreveu uma dupla inclinação no interior da vontade, para aquilo que é reconhecido como vantagem para nós (affectio commodi) e uma inclinação para a justiça, para o bem em si mesmo (affectio iustitiae). Essa segunda concepção retém a ideia da capacidade de fazermos o bem independente do nosso próprio interesse; que para o teólogo Escoto reside na capacidade de amar a Deus por Ele próprio. No mundo moderno Hobbes foi contundente ao dizer: “a definição de vontade vulgarmente dada pelas escolas, como apetite racional, não é aceitável. Porque se assim fosse não poderia haver atos voluntários contra a razão” (Leviatã, I,6).
A solução de Tomás de Aquino à questão da vontade passa pelo entendimento da noção de apetite, que nada mais é do que a inclinação própria de um ente, isto é, a tendência para o seu bem ou fim.
Palavras-chave: vontade; razão, moralidade, ação.

"JEAN DE SAINTRÉ ET LE JOUVENCEL: UNE ÉDUCATION CHEVALERESQUE AU XVE SIÈCLE"

A Professora Drª. Michelle Szkilnik da Université Sorbonne Nouvelle, irá proferir a palestra "JEAN DE SAINTRÉ ET LE JOUVENCEL: UNE ÉDUCATION CHEVALERESQUE AU XVE SIÈCLE", no dia 20/08/2019, na XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais.
Résumé : Comment faire d’un jeune garçon un bon chevalier ou un bon homme d’armes? Comment lui assurer une carrière honorable et prestigieuse ? C’est à ces questions que répondent de manière très différente deux ouvrages du XVe siècle, tous deux rédigés par des spécialistes de la guerre : Antoine de la Sale, héraut d’armes, et Jean de Bueil, maréchal de France. Leur héros respectifs, Jean de Saintré et le Jouvencel, deviendront de grands personnages par leurs qualités propres mais aussi grâce à l’aide d’un mentor. Dans Jean de Saintré, le jeune page de 13 ans est éduqué et guidé par une dame de haute noblesse qui lui enseigne comment réussir à la cour essentiellement en s’assurant l’amitié et le soutien financier de grands personnages. Dans Le Jouvencel, le héros est un jeune homme pauvre de noble origine qui trouve dans la carrière militaire le moyen d’affirmer sa valeur et de trouver une place digne dans la société. Ces deux itinéraires en apparence opposés résultent toutefois l’un et l’autre d’un véritable programme pédagogique imaginé dans un cas, Jean de Saintré, par un personnage du roman, dans l’autre, Le Jouvencel, par l’auteur. Ce sont ces programmes que j’examinerai dans ma présentation.
mots clés: éducation, manuel de chevalerie, carrière, modèle.


"EL PENSAMIENTO MÍSTICO EN LA UNIVERSIDAD DE PARÍS"

O Professor Drº. Gerald Cresta da Universidade de Buenos Aires irá proferir a palestra "EL PENSAMIENTO MÍSTICO EN LA UNIVERSIDAD DE PARÍS", no dia 21/08/2019, na XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais.
ResumenLa profunda crisis moral surgida luego de la caída del imperio de Carlomagno, y aún presente hasta parte del Siglo XII, tuvo como emergente una fundamental renovación espiritual en el fervor místico y el entusiasmo religioso de hombres y mujeres extraordinarios. Su manifestación en el pensamiento filosófico-teológico es una de las expresiones más significativas de la historia medieval centroeuropea. Diversidad de experiencias y modalidades místicas que pueden sintetizarse en el pensamiento de la Escuela parisina de San Víctor, con sus representantes Ricardo y Hugo, pero también en figuras paradigmáticas como el franciscano Buenaventura de Bagnoregio y el dominico Tomás de Aquino. Común a todos ellos es la búsqueda del Bien supremo mediante la práctica de una triple elevación interior: la vía purgativa, la iluminativa y la unitiva. Son presentadas aquí algunas notas distintivas de este camino de progreso interior ascendente y señalados sus respectivos aportes a la doctrina medieval de los conceptos trascendentales.


Palabras clave: Universidad de París, misticismo, vías espirituales, trascendentales del ser.

http://lattes.cnpq.br/4210542436916584


"O DESAFIO DE SIGNIFICAR O PASSADO: O ENSINO DA HISTÓRIA MEDIEVAL NO BRASIL"

O Professor Drº. Mário Jorge da Motta Bastos da Universidade Federal Fluminense, irá proferir a palestra "O DESAFIO DE SIGNIFICAR O PASSADO: O ENSINO DA HISTÓRIA MEDIEVAL NO BRASIL", no dia 21/08/2019, na XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais.
Resumo: Creio que os profissionais que lecionam História, em qualquer nível em que seu magistério se exerça, estão cada vez mais ameaçados em sua atividade e desafiados numa sua condição de exercício essencial – a mobilização do público – por um crescente sentimento de desprezo pelo passado, em especial os mais remotos, no quadro de sociedades capitalistas que, cada vez com maior intensidade, só se reconhecem em projeções para o futuro. Ao futuro dedicamos, cada vez mais, o nosso maior sentimento de empatia! O “desmanche cotidiano no ar de toda e qualquer expressão de solidez histórica” parece nos livrar da sensação do peso do tempo sobre nossas costas, acelerando a história num presente que é vivido como mudança constante que só nos vincula ao futuro, só nos projeta à frente, ao vir a ser. A historicidade parece cada vez mais residir na ficção científica, e o tempo pretérito nos romances que celebram um mundo perdido ou que talvez nem tenha existido, vivido por seres “meio-humanos-meio-bestiais” talvez mais estranhos que os extraterrestres! Tendo em vista este cenário, impõe-se aos historiadores em geral, e aos medievalistas (e antiquistas!) em particular, refletir sobre as condições, perspectivas, práticas e sentidos do estudo e da docência de nossas “fatias de duração do tempo” em todos os níveis do ensino no Brasil. Como é o presente e qual será o futuro deste passado na formação intelectual dos brasileiros?
Palavras-chave: História Medieval; Pesquisa; Ensino; Extensão.



"PREVARICADORES DA REGRA E DESTRUIDORES DA ORDEM: OS FRADES MENORES, OS ESTUDOS E A PROPRIEDADE EM FREI ÁLVARO PAIS (SÉC. XIV)"

A Professora Drª. Armênia Maria de Souza da Universidade Federal de Goiás, irá compor a mesa temática Ensino e Literatura da Idade Média, no dia 22/08/2019, na XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais. Sua apresentação tem o título "PREVARICADORES DA REGRA E DESTRUIDORES DA ORDEM: OS FRADES MENORES, OS ESTUDOS E A PROPRIEDADE EM FREI ÁLVARO PAIS (SÉC. XIV)"
Resumo: Pretendemos discutir o cotidiano dos frades menores com os quais Álvaro Pais conviveu e os principais problemas por ele assinalados em relação às suas condutas no que concerne aos estudos e à propriedade comum e particular. Para o autor, a maioria dos frades que estudavam nos grandes centros como Paris ou Bolonha, não levavam a sério a formação recebida, especialmente em relação à Sacra Página e por isso continuavam despreparados para o ensino, trazendo prejuízos aos conventos de origem, a si próprios e aos seus confrades. Uma vez malformados, não teriam elementos jurídicos e teológicos suficientes para a interpretação da regra e as concepções em torno da licitude ou não da propriedade para os franciscanos.
Palavras-chave: franciscanos, ensino, propriedade.


"EDUCACÃO E HISTÓRIA: AGOSTINHO DE HIPONA (354-430) E A FORMAÇÃO DO CRISTÃO EM MEIO ÀS INCERTEZAS DO SÉCULO"

A Professora Drª. Ana Paula Tavares Magalhães da Universidade de São Paulo, é uma das convidadas que irá compor a mesa temática Educação e História na Idade Média, na XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais. Sua apresentação tem o título "EDUCACÃO E HISTÓRIA: AGOSTINHO DE HIPONA (354-430) E A FORMAÇÃO DO CRISTÃO EM MEIO ÀS INCERTEZAS DO SÉCULO"
Resumo: O conhecimento, este compreendido enquanto potencialidade inerente ao ser humano e via para o encontro com Deus, ocupou uma necessária centralidade no conjunto das preocupações dos Padres da Igreja entre a Antiguidade Tardia e a Idade Média. Agostinho de Hipona (354-430) defenderia o conhecimento como instrumento da fé. A razão (o logos grego) encontrava-se imanente na Criação, sendo que a Sabedoria era identificada à segunda pessoa da Trindade. A importância atribuída ao conhecimento é fundamental para compreendermos a posição assumida por Agostinho junto à sua comunidade. Em convergência com sua ação pastoral, o bispo de Hipona se fixaria no exercício do papel de professor em sua comunidade. Consciente de que a transformação só poderia advir da educação (e a partir de sua própria experiência estudantil), Agostinho idealizaria um programa formativo – amplo e flexível – para os cristãos de sua diocese.
Palavras-chave: Política – Epistemologia – doutrina – comunidade de fiéis – Antiguidade tardia
Essa conferência acontecerá no dia 21/08/2019.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais

Caros leitores,

Estão abertas as inscrições para a XVIII Jornada de Estudos Antigos e Medievais, que irá ocorrer entre os dias 20 a 22 de agosto de 2019, na Universidade Estadual de Maringá.

PRAZOS PARA INSCRIÇÃO

Sem apresentação de trabalho: de 15 de maio de 2019 a 05 de agosto de 2019.
Com apresentação de trabalho: de 15 de maio de 2019 a 20 de julho de 2019.

VALORES

Sem apresentação de trabalhos:
Alunos de graduação: R$ 20,00
Demais interessados: R$ 40,00

Com apresentação de trabalhos:
Alunos de graduação: R$ 40,00
Alunos de pós-graduação: R$ 60,00
Professores da Educação Básica: R$ 80,00
Professores do Ensino Superior: R$ 100,00

CATEGORIAS DE TRABALHO
COMUNICAÇÃO
Na categoria Comunicação, serão apresentadas:
- Pesquisas concluidas;
- Pesquisas em andamento desenvolvidas por docentes, mestrandos e doutorandos.

PÔSTERES
Na categoria Pôsteres deverão ser apresentadas:
- Pesquisas em andamento de Projetos de Iniciação Científica, desde que com autorização do orientador;
- Além da exposição, os pôsteres deverão ser discutidos em grupos temáticos.

EIXOS TEMÁTICOS

1 - Educação na Antiguidade e Idade Média;

2- Estudos de Imagens fílmicas, iconográficas e literárias na Antiguidade e Idade Média;

3- Intelectuais e Memória na Antiguidade e Idade Média;

4- Instituições e Política na Antiguidade e Idade Média;

5- Filosofia na Antiguidade e Idade Média;

6- História na Antiguidade e Idade Média.

Para maiores informações, a respeito de inscrições e demais dúvidas sobre o evento, acessar o endereço: https://gtseam.wixsite.com/xviiijeam

Contamos com a participação de todos os interessados, e agradecemos previamente a colaboração para a divulgação do evento!

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