Prezados leitores,
Tendo em vista o compromisso do nosso Grupo de Pesquisa com a perspectiva da transformação social em educação, divulgamos neste canal um documento proposto pelo Ministério da Educação para a implantação de uma Base Nacional Comum Curricular para a Educação Básica. O documento foi submetido à consulta pública e pode ser acessado clicando AQUI. O site para obter mais informações sobre o processo de consulta pública pode ser acessado clicando AQUI.
Divulgar este documento em nosso canal é importante, pois precisamos, como professores, pesquisadores e estudantes da Antiguidade e da Idade Média, participar ativamente desse debate, tendo em vista que, como afirmou Marco Bloch, nós nos interessamos pelo passado justamente porque nos preocupamos com o presente.
Esperamos que essa iniciativa estimule a participação de todos!
Atenciosamente,
Equipe GTSEAM
Breve comentário sobre a Base Curticular Comum:
ResponderExcluirMeu estranhamento ainda maior com relação a este documento foi a ausência do ensino (formal) da música. Atualmente estou lecionando aqui na América do Norte a tal disciplina de apreciação musical que, pasme, são créditos requeridos aos estudantes de graduação para receberem seus títulos em qualquer área de conhecimento.
Uma das atividades básicas em sala foi que os alunos escrevessem sobre sua vivência musical desde a infância. Fiquei surpresa e triste ao perceber que muitos deles tiveram instrução e vivência musical bem maiores/constantes do que eu tive durante minha infância, e isso foi expresso pela maioria da turma.
A música no Brasil, depois que deixou de ser obrigatória, não pertencendo mais a grade curricular brasileira, tem lutado forte pela retomada. A promessa foi mais ou menos cumprida há 3 anos atrás, mas quando olhei esta proposta percebo que a música não está nem mesmo sendo referida como um tópico de ensino; um triste fato.
Vi problema também em incluir artes como subgrupo de linguagens, ou invés de conceder às artes sua devida independência/autonomia.
Torço para que os estudos históricos antigo e medieval não sejam negligenciados, mas me preocupo ainda mais com o descaso com as artes e em especial a música. Há sim uma diferença de cidadania e nexo de sociedade entre pessoas que sabem cantar junto, tocar junto e colaborar para criar algo tão esteticamente afetivo e efetivo como a música.
Enfim, uno meus reclames aos seus na esperança de que juntos em um lindo uníssono poderemos contribuir para melhorar nossa sociedade, nosso lugar comum.
Um grande abraço
Prezados
ResponderExcluirDisponibilizo o link para pensarmos no debate em questão. Assim como afirmou Tomás de Aquino sobre a alma intelectiva, não podemos deixá-la de lado.
https://youtu.be/ioM313JW3ME
Att,
Lorena Melissa
Gostaria de deixar possíveis contribuições ou inquietações a este debate.
ResponderExcluirHoje, dia 05/12/2015, nosso Grupo de Pesquisa Transformações Sociais e Educação na Antiguidade e Medievalidade (GETSEAM) se reunirá para analisarmos e discutirmos a proposta da Base Nacional Comum Curricular brasileira, como o próprio documento aponta “agora é a vez da sociedade – melhor dizendo, das várias comunidades de pesquisadores e docentes e também da sociedade como um todo. Para construirmos a melhor Base possível, será necessária a participação de todos os que queiram se pronunciar qual é a melhor formação de nossos jovens” (BNC, Apresentando a base, p. 2).
Por compreender a importância da análise da proposta curricular recebemos o convite da nossa coordenadora do grupo para nos atentarmos, de fato, o que está proposto na ordem do dia para a educação brasileira, para a formação das pessoas.
Após a leitura realizada, antes mesmo de iniciarmos a efetiva discussão no grupo, algumas questões me inquietaram: qual a posição do Ministério da Educação? Ou o que nossos representantes compreendem a Educação e a Base Nacional Comum Curricular? Qual o caráter da participação dos pesquisadores, docentes e demais pares? Como essas participações serão analisadas e efetivadas na versão final do documento? Lanço essas questões, de forma introdutória, pois no documento é afirmado:
“Importa salientar que as equipes tiveram plena autonomia e que, por isso mesmo, essa versão não representa a posição do Ministério, ou do Conselho Nacional de Educação, a quem caberá por lei aprovar sua versão final” (BNC, Apresentando a base, p. 2).
Por meio das discussões que nosso grupo desenvolve, penso o conhecimento como expressão do desenvolvimento intelectivo dos sujeitos e essenciais às ações por estes praticadas, considero que para formarmos pessoas (cidadãos) precisamos fazê-lo por meio do intelecto, da memória, da prudência e da moral, justamente, para conseguirmos uma base para nossa formação humana e essa formação, a nosso ver, perpassa pelo entendimento de História. Esse entendimento é possível quando considerado presente, passado e futuro (não para o prevermos), mas para que a formação de nossas crianças tenha “bases sólidas” com vistas ao bem comum. Como será que elas (e/ou nós) poderão (poderemos) compreender nosso tempo presente se não conhecermos como chegamos a ele, este é um dos motivos por defendermos a História como pertinente ao processo formativo das pessoas. E, nesse sentido, como a História está apresentada nesse documento? Como componente curricular? Que história será ensinada aos alunos? Mas, não somente a história queremos compreender como está proposta, queremos também compreender qual linguagem será ensinada? A ortografia, a gramática, a química, a física, como elas compõe o rol de conhecimentos constitutivos dos sujeitos no ambiente escolar?
Essas são algumas das inquietações... almejo com as discussões que serão proferidas poder com cuidado e respeito a educação, a história, a formação das pessoas conseguir refletir sobre elas e, por que não, compreendê-las.
Um abraço a todos...
Ana Paula dos Santos Viana.